Em torno de 1750, John
Newton era o comandante de um navio negreiro inglês. Os navios faziam o
primeiro percurso de sua viagem da Inglaterra, quase vazios, até a costa
africana. Lá os chefes tribais entregavam aos europeus as "cargas"
compostas de homens, mulheres e crianças, capturados nas invasões e nas guerras
entre as tribos. Os compradores selecionavam os espécimes mais finos, e os
compravam em troca de armas, munição, licor, e tecidos. Os cativos eram levados
à bordo, e preparados para o "transporte". Eram colocados lado a
lado, fileira após fileira, uma após outra, até que a embarcação estivesse
"carregada", normalmente com até 600 "unidades" de carga
humana, e então acorrentados abaixo das plataformas para impedir suicídios.
Os capitães procuravam fazer
uma viagem rápida, esperando preservar ao máximo a sua carga; contudo, a taxa
de mortalidade era alta, normalmente 20% ou mais. Quando um surto de disenteria
ou qualquer outra doença ocorria, os doentes eram jogados ao mar. Uma vez que
chegavam ao Novo Mundo, os escravos eram negociados por açúcar e o melaço, para
manufaturar o rum, que os navios carregariam de volta para a Inglaterra.
John Newton transportou
muitas cargas de escravos africanos trazidos à América no século 18. No mar, em
uma de suas viagens, o navio enfrentou uma enorme tempestade e afundou. Newton
ofereceu sua vida à Cristo, achando que iria morrer. Após ter sobrevivido, ele
se converteu e começou a estudar para ser pastor. Nos últimos 43 anos de sua
vida ele pregou o evangelho em Olney e em Londres. Em 82, Newton disse:
"Minha memória já quase se foi, mas eu recordo duas coisas: que eu sou um
grande pecador, e que Cristo é meu grande salvador!"
No túmulo de Newton,
lê-se:
"John Newton, uma
vez infiel e libertino, um mercador de escravos na África, foi, pela
misericórdia de nosso senhor e salvador Jesus Cristo, perdoado e inspirado a
pregar a mesma fé que ele tinha se esforçado muitos por destruir."
O seu mais famoso
testemunho continua vivo, no mais famoso das centenas de hinos que escreveu:
Amazing Grace!
"Amazing
Grace"
Amazing
grace, how sweet the sound
That
sav’d a wretch like me!
I
once was lost, but now am found,
Was
blind, but now I see.
’Twas
grace that taught my heart to fear,
And
grace my fears reliev’d;
How
precious did that grace appear,
The
hour I first believ’d!
Thro’
many dangers, toils and snares,
I
have already come;
’Tis
grace has brought me safe thus far,
And
grace will lead me home.
The
Lord has promis’d good to me,
His
word my hope secures;
He
will my shield and portion be,
As
long as life endures.
Yes,
when this flesh and heart shall fail,
And
mortal life shall cease;
I
shall possess, within the veil,
A
life of joy and peace.
The
earth shall soon dissolve like snow,
The
sun forbear to shine;
But
God, who call’d me here below,
Will
be forever mine.
John Newton, Olney Hymns (London: W. Oliver, 1779)
"Sublime
Graça"
Sublime graça! Como é
doce o som,
Que salvou um miserável
como eu!
Uma vez eu estava
perdido, mas agora me encontrei.
Estava cego, mas agora
eu vejo.
Foi sua graça que
ensinou o temor a meu coração,
E foi sua graça aliviou
meus medos;
Quão preciosa me foi
essa graça,
No momento em que eu
acreditei!
Através de muitos
perigos, labutas e armadilhas,
Que enfrentei;
Foi sua graça que me
trouxe em segurança até este momento,
E esta mesma graça vai
me levar para casa.
O Senhor prometeu que
seria bom para mim,
Sua palavra me enche de
esperança;
Ela é meu escudo e será
parte de mim,
Enquanto eu estiver
vivo.
Sim, quando esta carne
e coração falhar,
E a vida mortal,
cessar,
Eu terei, ao meu
alcance,
Uma vida de alegria e
paz.
A terra em breve se
dissolverá como a neve,
O sol deixará de
brilhar;
Mas Deus, que me fez
este chamado,
Será, para sempre, meu.
John Newton, Olney Hymns (London: W. Oliver, 1779)